Novas considerações sobre a Conspiração Aquariana

 

Uma romancista holandesa renomada, Hella S. Haasse, em sua obra O mestre da queda (1973), inicia assim sua introdução: “Satã não é apenas chamado Príncipe deste mundo: ele o é de fato. Ele é o regente deste mundo. Não se vencerá um inimigo fechando os olhos para o perigo que ele representa”. O primeiro tomo do romance tem um título bem adequado: O diabo e sua mãe.
A obra caracteriza-se por um jogo entre a verdade e a imaginação. Esse livro é particularmente cativante quando ressalta determinadas relações hierárquicas usam e abusam da energia dos jovens para objetivos ditos espirituais. Caberá ao leitor julgar se efetivamente se trata de verdadeiras intenções espirituais.

Desde o surgimento, há quase quarenta anos, da célebre obra de Marylin Ferguson, The Aquarian Conspiracy (A Conspiração Aquariana), os valores específicos do signo astrológico de Aquário (signo do ar) foram enfraquecidos devido a uma cultura econômica muito agressiva. Em outras palavras: como o impulso não-violento do Flower Power (movimento hippie “Paz e Amor”) não podia ser objeto de comercialização, não conseguiu quase nenhum resultado. Na verdade, esses valores estão até em vias de se transformar em seu contrário.

Em todo caso, a intenção de Marylin Ferguson de contribuir para a transformação da pessoa e da sociedade nos anos 80 falhou no decorrer dessa década de crise – pelo menos no que se refere ao domínio social. É precisamente nos anos 80 que se inicia um funcionamento exagerado do mercado, que passa a seguir uma disciplina neoliberalista (Reagan-Thatcher), quando as características aquarianas estão totalmente ausentes. Assim, do ponto de vista social, a aurora da era de Aquário se escurece e se evaporiza. Enquanto os valores idealistas de Aquário afundam, perdem-se também as ideias de complô, de conspiração – sobretudo do ponto de vista filosófico-cultural-social: afinal, não era conveniente “crer” em complôs. Ver a realidade como uma conspiração presente em todo lugar era considerado como prova de imaturidade, pois isso se baseava na necessidade de um esquema simplista de explicação do real – frequentemente por medo e por um pensamento dualista quanto à vivência de forças e poderes experimentados no interior dessa realidade.

Essa necessidade de pensar em termos de preto/branco segundo um modelo elementar para explicar as coisas era considerada pueril. “Ah, se fosse simples assim!” Essa era a expressão corrente. O que também acontecia era o fato de que, devido à compreensão e à complexidade dos processos que intervinham no teatro do mundo, as pessoas colocavam automaticamente um ponto de interrogação nas teorias de complôs simplistas, que podiam ser tomadas como difamatórias e ultrajantes do ponto de vista de certos grupos da população ou de classes sociais, e em função de suas faixas de renda. Outra razão importante que invalidava as teorias da conspiração era que, em 1989, com o fim da Guerra Fria, a bipolaridade entre o Leste e o Oeste havia terminado.

Quebra-cabeças
A seguir, outra razão importante para descartar a teoria da conspiração era a proibição de se provar qualquer coisa pelo absurdo, como foi dito na época quanto à matemática.
Na realidade atual, podemos muito bem tentar inserir sinais e situações em nosso modelo teórico, mas então nos submetemos às regras de um jogo do tipo quebra-cabeças – e isso pode facilmente nos levar à autoilusão, à cegueira, sobretudo quando queremos explicar teorias da conspiração com base no invisível, no mundo não-material. De fato: essas teorias introduzem forças do mundo imaterial como causas únicas e poderosas para a distopia (ou antiutopia). Assim, a “prova pelo absurdo” se opõe à “razão sã”. Ou seja, essas teorias não apresentam uma aproximação do mundo e do próximo inspirado pela empatia e pela vontade de ser útil, mas sim pela cautela e pelo medo. Portanto, isso não contribui de maneira alguma com uma eventual Lei do Amor.

Razão sã
Foi assim que uma determinada tomada de consciência durante os últimos decênios teve efeito imunizante sobre a realidade, sobre os processos socioeconômicos e sobre os acontecimentos atuais. A sociedade estava, por assim dizer, imune contra as teorias da conspiração: elas sempre poderiam ser combatidas pela mídia, pelas concepções socioeconômicas em vigor ou pelas plataformas importantes para elas mesmas.

“Não creio muito nas teorias da conspiração”. Essa era uma afirmação corriqueira e muito apreciada por seu conteúdo sociocultural que trazia consigo um subentendido: “Se você acredita nelas é por ser muito ingênuo e carecer de bom-senso.” A aparente racionalização pura que aqui intervém mostra bem algumas semelhanças com os adversários, que são céticos quanto a tudo o que não pode ser demonstrado segundo as regras rigorosas de um sistema filosófico-científico que não tem, a priori, o monopólio da verdade. Além do mais, ridicularizar e negar a existência de “conspirações” – até o ponto de impedir qualquer tendência a pensar nesse sentido – pode levar a um bloqueio que limita fortemente o olhar sobre a realidade.

De fato, conforme o passado ilustrou claramente, os complôs sempre existiram. Já não é possível excluir a eventualidade de complôs em nossa época de globalização, com suas livres trocas e seus acordos comerciais, com o princípio de liberdade para cada um e o reconhecimento dos direitos humanos.
Mais ainda, é precisamente hoje que as conspirações – como por exemplo os cartéis no nível empresarial – têm boa chance de virem à tona novamente.

É precisamente hoje que as conspirações e os acordos dos cartéis
têm boa chance de virem à tona

Mídia e manipulação
Fingir que as empresas, as instituições religiosas, os serviços sociais, as organizações nacionalistas, os conglomerados de poderes financeiros são inocentes até que seu papel funesto tenha sido prova do não oferece conforto algum, visto que. Afinal, as influências manipuladoras dominam as mídias para impedir toda e qualquer tentativa de apresentar provas que visem um desmascaramento das redes e complôs potenciais.

 

Como exemplo, podemos citar a voo abatido do MH17, o lobby do cigarro, o trumpismo, o comércio de armas, a indústria farmacêutica, o comércio de órgãos. E esses exemplos ainda dizem respeito apenas ao plano material! Tudo leva a crer que a publicação de certos milhões de mensagens eletrônicas (Panamapapers, Wikileaks, enormes vazamentos na gestão de dados digitais) possam ressaltar a evidência de que há relações que vão de simples práticas fraudulentas à tendências conspiracionistas – mas as contramedidas dos Estados, das empresas, das instituições, que contam com o apoio de políticos poderosos, não mentem a esse respeito.

Teorias conspiracionistas que atestam agentes dominadores imateriais – como os “espíritos malignos do ar” que Paulo menciona – precisam repousar em pressupostos plausíveis, credíveis a ponto de poderem se tornar perceptíveis no mundo material.
Caso contrário, a conspiração é sempre uma especulação, um possível excesso de imaginação.

No entanto, acontece que essas suposições são verdadeiramente justificadas no mundo material, e a proibição de pensar em termos de conspiração não chega a impedir esses fatos.

O que acontece, então?… Então, pode acontecer o que denuncia a romancista holandesa Hella Haasse em seu livro O mestre da queda. Aquele que desmascara não será somente desacreditado e frustrado pelos fatos que aponta, mas será ridicularizado, e, com a ajuda de Igreja, no final será declarado louco. E isso não é ficção, porém um fenômeno clássico recorrente. É uma forma de ato político de poder, realizado em desespero de causa.

Eliminação
Isso faz parte de uma lógica quase universal de negar, difamar, ridicularizar, opor-se abertamente, contando com a sustentação das mídias para taxar os fatos de fakenews e eliminar de uma forma ou de outra o “delator”. Gandhi falou sobre isso, e não nos espantaremos que o uso de tais procedimentos levou à morte os discípulos de Mani e os cátaros.

Nos textos herméticos, o processo é descrito como se segue: “É por isso que os que andam na Gnosis não agradam a massa, e, por outro lado, a massa não agrada a eles. Os primeiros são considerados dementes, são sujeitos a riso e ao deboche, são vigiados e desprezados e, de vez em quando, até mesmo assassinados, porque, como eu disse, o mal precisa habitar aqui por ser oriundo daqui. De fato, a terra é seu domínio e não o cosmo, como alguns, sacrilegamente, o pretendem”. (Corpus Hermeticum XI)

Ora, se há algo sumamente desmascarador é a Luz da Gnosis. Em outras palavras, a luz da Gnosis está indissoluvelmente ligada ao fato de revelar as conspirações das forças obscuras que se opõem às forças da eternidade, do Pleroma, da plenitude. Mas, ao mesmo tempo, ela mostra que o complô, finalmente, não poderá vencer.

O que fazemos hoje com todos os sinais e provas que confirmam a ideia de um complô? É de fato cada vez mais evidente que há conjuntos de forças organizadas que dirigem o mundo. Os que descobrem, revelam e divulgam, desmascaram assim essas estruturas organizadas concernentes a numerosos domínios, como o dinheiro, o poder, a opressão, a dependência, a política. Forças satânicas tentam, por todos os meios, não somente afastar essas pessoas desmascaradoras, mas também eliminá-las.

Este mundo é, de fato, assim como Hermes nos ensina o domínio do mal. Em realidade – Hella Haasse nos dá a entender – o mestre do mundo é Satã. Não é fácil deixar isso transparente no nível psicofísico, identificar essas forças dominadoras que se mantêm no plano de fundo. Mais difícil ainda é descrever os procedimentos de defesa e de expansão da esfera de influência satânica.

Além disso, para que fazer isso? Por que precisamos querer fazer isso? Afinal, sabemos que, ao nos ocuparmos com essas influências estamos apenas alimentando-as e reforçando seu poder. Além do mais, apenas retardaríamos nossa libertação da influência dos “espíritos maus” da atmosfera.

Consideração lúcida
Na herança gnóstica da Pistis Sophia podemos encontrar uma análise muito séria a respeito dos “espíritos impuros”, que são essas entidades degeneradas que precisam se nutrir das energias humanas. Além disso, vemos a confirmação disso nos escritos herméticos. É extremamente necessário considerarmos isso com lucidez, partindo da atualidade para nos perguntarmos: “Como essas forças oriundas dos arcontes e do éons manifestam-se hoje?”.

Em seu livro Desmascaramento, J. van Rijckenborgh arriscou-se a profetizar um acontecimento atmosférico em termos e conceitos que, embora claramente situados no tempo, são, no entanto, para ser interpretados no espírito da herança gnóstica. Ou seja, os espíritos furiosos do ar não hesitarão em usar todos os meios técnicos, psicológicos e psíquicos para encherem de energias humanas seus celeiros alimentares.

Rudolf Steiner também arriscou uma predição sobre os espíritos dominadores nas esferas imateriais. Segundo ele, as forças arimânicas assumirão mais de 90% do controle, mas jamais chegarão a 100%. Elas não vencerão a última fração: isso é impossível. Será estabelecido um equilíbrio no interior do qual o impulso crístico poderá manifestar-se na atmosfera.

Steiner fala também do aumento de forças ahúricas perturbadoras (entidades antidivinas) que podem se alojar em cada microcosmo como um Plutão negativo. São forças que, por assim dizer, ejetam a energia para fora do sistema microcósmico humano.

Neste período desenfreado em que vivemos, é natural que nos importemos e desejemos conhecer o valor das profecias, sabendo que elas são imagens mentais que permitem dar um salto no tempo para advertir a humanidade e prepará-la diante do futuro, frequentemente ameaçador (distopia), e às vezes para assegurar o advento de um futuro paradisíaco (utopia).

Parece que atualmente não damos grande valor às profecias. As profecias ou imagens mentais são, no entanto, projeções realizadas a partir de determinado momento, em um período em que são essenciais não as imagens mentais, mas sim ações diretas exigidas a partir do interior dos microcosmos. O filósofo alemão Jürgen Habermass chama a isso Handlungsbedarf (necessidade de agir).

Se há algo sumamente desmascarador é a Luz da Gnosis

Intuitio Dei
Segundo Krishnamurti, a produção de imagens-pensamentos com relação a qualquer futuro parece ser uma especulação indigna, pois nosso pensamento não está inserido na Luz. A contemplação à Luz da eternidade, conforme propõe Espinosa, não é acessível ao nosso sentido racional. Não podemos perceber a eternidade com nosso pragmatismo doméstico “casa-jardim-cozinha” e sua tendência de tirar proveito de tudo.

 

Nossa Intuitio Dei, nossa intuição de Deus, pura e impessoal, que permitiria essa elevada contemplação da eternidade, já desapareceu. A esse respeito, na Inglaterra, certos filósofos preconizam a supressão do quinto capítulo da Ética de Espinosa- e, na Holanda, o físico Vincent Icke também não leva a sério os conceitos de infinitude e eternidade, considerando-os um erro científico.

Quando a Intuitio Dei começa a agir, quando há a percepção da Rosa interior, então compreendemos o contexto, a dependência recíproca de todos os sistemas, as concentrações de forças, os arcontes, as mídias que agem no mundo temporal. Portanto, vemos as estruturas nos modelos de poder, as técnicas de manipulação e como elas nascem a partir do pensamento irrefreado, no espaço-tempo da onda de vida humana.

À Luz da eternidade, a complexidade desaparece (por definição) no ápeiron, o infinito absoluto de que falam os gregos. Assim, as duas asserções são verdadeiras: tudo é conspiração, mas nada pode se manter na infinitude da divindade. Quando é dito que “tudo o que não está inserido na Luz será removido”, precisamos compreender por essa frase que todas as estruturas, modelos e todas as organizações são meramente temporárias?

Não! Felizmente, a mitologia grega nos ensina que não é tanto o caos que domina o espaço-tempo, mas, ao contrário, são a estrutura e a ordem, a medida e a regra que governam o cosmo. Não é Urano que reina no mundo espaço-temporal, mas sim Cronos: é ele quem dá à realidade material e imaterial uma estrutura, uma ordem rítmica e uma constância. Portanto, em princípio, o mundo deveria ater-se a isso.

Ora, a asserção de Lao Tsé referente à selva do mundo data da mesma época que a Grécia de Platão! Da mesma forma, as análises dos gnósticos e dos herméticos não são muito posteriores quando eles falam da dominação dos arcontes e dos éons no mundo espiritual, enquanto a Gnosis e o Pleroma se direcionam perpendicularmente a esses poderes e os trespassam. Evidentemente a Gnosis não faz parte do domínio dos arcontes e sua hierarquia.

Durante o mesmo período pré-cristão, as concepções relativas ao Antigo Testamento, conforme eram sentidas, necessitavam, no entanto, de provas, de uma ancoragem no tempo. Cronos – divindade demiúrgica e força hierárquica estruturante – era perfeitamente conveniente para responder a essa necessidade. Sob o nome de Saturno, ela insuflava os modelos, do alto até a base, e regia, no mundo do tempo, as relações entre os poderes. Platão também achou isso ideal e considerou que Cronos deveria ordenar o cosmo para cada indivíduo. Assim, o caos seria reduzido à impotência, a liberdade seria subjugada num espartilho de ciclos manejáveis e já não poderia descarrilhar na selvageria e na loucura.

Platão colocou a criatividade artística em segundo plano.
Quanto às finanças domésticas, elas seriam regidas pelas regras e dispositivos controláveis. Os comerciantes poderiam entrar no templo, pois o mercado estava por toda parte, até mesmo dentro do templo.

O que outrora era um sistema manejável tornou-se, no decorrer do último século, um sistema dominador que não se importa com os valores humanos. O mundo degenerou em selva; no meio de uma natureza luxuriante atacada, o mundo tornou-se, como diz Krishnamurti, “um asilo de alienados”. A liberdade, qualquer que seja sua expressão, somente pode estender sua criatividade no interior de um modelo comercial. Há ainda alguma estrutura a ser descoberta no conjunto de componentes dessa casa de alienados que colocamos no centro de nossas paixões neoconservadoras e de nossas ações destruidoras da realidade do mundo?

Podemos ainda, sem equívoco, identificar as regras e leis que regem, como severos guardiães, os tiranos-arcontes saturninos?
E se essa coerência devesse existir, se ela pudesse ser definida num jogo de forças regido por um acordo filosófico, uma lista de endereços e um código de trabalho, poderíamos então chamar a isso de “conjuração”?
Nada de profecia, nada de teoria da conspiração, mas uma séria conspiração?
E estaríamos em condição de identificar esses conspiradores tanto das esferas visíveis como das invisíveis?
Mas se isso fosse possível e se estivesse a nosso alcance fazê-lo, a quem isso serviria?
Que suporte seria dado ao desenvolvimento universal?
A que abertura para a empatia ou para a lei do amor impessoal isso contribuiria?
E, para finalizar, a que tipo que tipo de autorrealização isso abriria uma possibilidade?
No sentido espiritual, que vitória resultaria que pudesse oferecer aos homens uma possibilidade de iluminação e uma permanente clareza de consciência?

Quando é dito que “tudo que não está inserido na luz será removido”,
é necessário compreender por essa frase que todas as estruturas,
modelos e todas as organizações são meramente temporárias?

Não é compreensível que muitos não enxerguem a utilidade de uma análise gnóstica aguçada, que a achem ridícula e especulativa, baseada na consideração da necessidade de uma elevação nos valores de Aquário, apoiada nos desmascaramentos acusadores e muitas vezes chocantes?

 

Não é absolutamente necessário tornar Satã visível. Podemos guardar nosso discernimento abstrato e, na autorrendição à Luz, colocar em prática nossa magia. Essa percepção, que transcende a inútil Fase da Medusa, é a de saber que Satã rege o mundo, mas que seus avanços não nos seduzem. Imunizamo-nos contra seus encantos e tentações.

Não se trata de consolação, mas sim de discernimento.
Mas o fizemos realmente? Podemos testemunhar de uma vitória já ganha? A concepção grega do mundo não oferece qualquer consolação: somente o discernimento. Segundo a escritora Marjoleine de Vos, essa imagem do mundo oferece a visão que de fato a vida é miserável; mas, ao mesmo tempo, também nos mostra que nada é mais agradável do que ver a Luz do Sol. Que é maravilhoso viver e ajudar os outros a viverem! Como vamos gerar o mal ou como uma vida humana não é miserável? A autora De Vos admite que deve haver uma consolação. Devido à inimaginável iniquidade na sociedade, as pessoas querem acreditar em uma vida melhor – e, se possível, num Além. É uma forma de negar ou de compensar, o que corresponde ao que podemos chamar o “critério Espinosa”. Por outro lado, Espinosa rejeita como irracional a ideia de que o além seja apenas uma consolação, uma recompensa por nossa perseverança aqui no mundo.

No entanto, um Eterno Presente, proposto no tempo, evidentemente não é um presente, ainda mais que uma profecia não pode abranger a realidade do momento. Na manifestação da salvação crística, trata-se de uma vitória completa: no mundo, no tempo e em todos os corpos. Quanto ao fenômeno satânico, Hella Haasse diz: “O adversário não poderá ser vencido se tentarmos negar o perigo que ele representa”.

As qualidades humanas e a livre criatividade ficam bloqueadas principalmente quando o perigo surge sob a forma de abuso de autoridade da parte das hierarquias sociais, econômicas e financeiras que querem a opressão e a escravização dos jovens subalternos; de ganhos impostos, extorquidos a força. A transformação para uma consciência de Aquário e o surgimento de uma nova alma tornam-se, então, problemáticos. Não é sem razão que o radical dos nomes “hierarquia” e “arconte” seja “arch”, antiga designação para justificar uma funesta intrusão de Saturno no mundo dos mortais.

Antigos textos gnósticos testificam que arcontes se apossavam de espíritos humanos e manipulavam suas faculdades de percepção. Esses textos mencionam que os arcontes permanecem ocultos (numa frequência vibratória fora de alcance) e podem manipular ilusões e implantar convicções. Não, não é fechando os olhos para o perigo que isso pode representar que venceremos o adversário!

A iniciação de Urano
É precisamente por essa razão que J. van Rijckenborgh lançou uma advertência e profetizou que cada aluno deverá estabelecer seu comportamento diante dos enganos e manipulações que os arcontes empreenderão. Anteriormente, ele já havia indicado como o futuro homem de Aquário venceria o inimigo: tornando-se um iniciado de Urano, ou seja, percorrendo o primeiro e o segundo círculos sétuplos – as duas primeiras fases que devem ser vividas e atravessadas.
“O iniciado de Urano possui todos os poderes criadores místicos da eternidade, poderes que devem ser introduzidos no tempo para uma ressurreição ou para uma queda.”* ◊

*Ver J. van Rijckenborgh, O mistério iniciático cristão Dei Gloria intacta:
“Esses poderes criadores místicos neutralizam em suas ações elétricas e magnéticas todas as forças e poderes dos arcontes. Cumprindo a formidável lei do amor impessoal, as estruturas hierárquicas são eliminadas.

Esse homem de Aquário não precisa, então, de nenhuma estrutura? Passando pelos dois primeiros círculos sétuplos, é formada uma configuração da alma que garante uma estrutura pura e vivente que preserva o iniciado de Urano dos velhos esquemas dos arcontes. Estes últimos já não podem prender a alma liberta, porque ela, por sua orientação e sua atividade eficaz, efetua por si mesma e espontaneamente a manutenção da estatura e da forma, ou seja, da estrutura liberta e libertadora.

A partir de então, uma conspiração de Aquário se tornou realidade como transformação pessoal, graças a prestabilidade em amor impessoal.”

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Pentagrama no 2 / 2018

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