O caminho dos cátaros: uma Gnosis hermética

CONTRIBUIÇÃO AO SIMPÓSIO SAINT FÉLIX: PIERRE GOHAR

Tensões e grandes conflitos caracterizam o estado atual do mundo. Os erros e enganos de grande parte de nossos dirigentes mundiais despertam em uma parcela da humanidade o desejo de mudança e a busca por novos valores. Mudanças que devem começar a partir do próprio meio sob o signo do Amor: Liberdade, Igualdade e Fraternidade (o tema do congresso). Eram esses também os valores básicos das comunidades de iniciação dos bogomilos e seus irmãos e irmãs espirituais estreitamente ligados, os cátaros.

Há mais de sete séculos uma falange de perfeitos, iniciados na Igreja cátara, testemunhou dessa realidade interior que leva ao renascimento de uma alma pura, inspirada pelo Espírito. Eles eram chamados bonshommes e bonnes femmes, pois o estado mais elevado de iniciação era acessível tanto para os homens como para as mulheres, em obediência ao puro cristianismo original ao qual os cátaros estavam diretamente ligados.

Essa herança preservada pelos séculos afora constitui um mistério para os pesquisadores acadêmicos, e a alocução da senhora Anne Baring nos deu preciosos elementos esclarecedores. Essa referência direta ao mais puro cristianismo foi considerada uma ameaça para a autoridade da Igreja de Roma. Esta, com o apoio do rei da França, ordenou as cruzadas e a Inquisição, que destruíram integralmente esse movimento espiritual. Mas um canto de trovador fala que sobre as cinzas da fogueira de Montségur uma profecia se cumpriria num futuro distante: “o loureiro (árvore da Iniciação) voltaria a florir após sete séculos.”

Os séculos se passaram e entramos no período profetizado pelo trovador de Montségur. Nosso mundo entrou em uma fase de grandes tensões. De um lado há muitas alterações de identidade negativas tanto na escala das nações como na dos indivíduos. São forças de exclusão e de divisão que influenciam uma parte da humanidade. São forças de exlusão que dividem as nações e o homem já não se identifica com os valores do passado.

Há por outro lado essa comunidade de mulheres e homens que buscam cada vez mais intensamente um sentido para sua vida, que colocam em prática valores tais como o compartilhamento, a solidariedade, a benevolência, a tolerância… valores essenciais para “viver juntos”. Essa comunidade sente interiormente o chamado à unidade, à fraternidade, à liberdade. Essa Comunidade Universal da Rosa aguarda um sinal. Ela aguarda o testemunho vivente dos que foram ao encontro da Rosa, dessa centelha de Luz que cada um carrega no mais profundo de seu coração. É dessa centelha de Luz que provém o chamado à Unidade, à Fraternidade, ao Amor.

Abandonando completamente e para sempre o país ocidental

Esse caminho interior, esse reencontro com a Rosa, constituía o primeiro passo no caminho das estrelas que percorriam os cátaros e os bogomilos a serviço do Paracleto. Mas servir o Paracleto impunha uma extraordinária transformação. Essa transformação ocorria mediante uma iniciação rigorosa nos santuários da Montanha Sagrada, do alto do vale do Ariège. Até hoje nenhuma pesquisa acadêmica séria foi feita para determinar se as grutas dessa cadeia de montanhas, no vale de Tarascon sur Ariège, tiveram ou não uma função iniciática no processo de santificação no caminho da Perfeição, percorrido pelos cátaros que aspiravam ao mais elevado estado espiritual.

Somente o historiador Antonin Gadal desenvolveu essa tese em seu livro No caminho do Santo Graal1, publicado em 1961. Ele foi criticado pelos historiadores do catarismo que qualificaram sua tese de “sonho”, sem que tivessem se dado ao menor trabalho de pesquisar para confirmar ou invalidar definitivamente. Ora, a transformação que levava ao estado de perfeição era tão exigente que requeria um ambiente extremamente específico. Portanto, não é ilegítimo considerar que essa iniciação tenha ocorrido em santuários preservados das influências do mundo. O aprofundamento desse assunto pode ser encontrado no livro A iniciação crístico-gnóstica dos cátaros2 da senhora Rachel Ritman.

Essa iniciação nos santuários repousava numa visão gnóstica da vida e do mundo. Ela era alimentada pelos antigos textos que os cátaros estudavam, como o apócrifo de João3 ou Asclépio, atribuído a Hermes4. Este último texto confirma a orientação hermética da gnosis cátara. Mediante essa orientação gnóstica, o candidato buscava a emancipação, o desligamento deste mundo, para alcançar o reino da Luz ao qual pertencia. Essa volta à Terra da Luz sempre foi simbolicamente considerada uma ascenção da montanha sagrada.

Essa ascenção é também fugir de suas próprias trevas, de seu panteão pessoal de arcontes. É precisamente nesse movimento de fuga que se situava o mistério da endura cátara, essa morte às ligações deste mundo, essa morte que dá a Vida. Essa fuga conduz, em última instância, ao reencontro com a Natureza Perfeita, a que incita Hermes, encerrado no escuro subterrâneo, a se ligar à corda de luz que o içará do poço deste mundo. Esse encontro com o Duplo Celeste é o ponto culminante da iniciação. Os degraus dessa ascenção são constituídos pelo amor permanente de Deus, da Lua, conforme o convite dos Evangelhos: “Amarás o senhor teu Deus de todo o teu coração”5.

Somente esse amor permite uma renúncia inteligente e consciente ao mundo, o que é mesmo a assinatura de uma visão gnóstica da vida. Essa renúncia constrói uma vacuidade interior, onde se desenvolve o silêncio que permite o emergir de um conhecimento, de uma sabedoria, de natureza muito particular. “De que matriz e de que semente nasce o verdadeiro homem?”, pergunta Tat no Corpus Hermeticum. “Meu filho, da sabedoria, que pensa no silêncio e da semente é o Só-Bem” responde Hermes6.

Quando a semente interior que é de mesma essência que a Natureza Perfeita inunda com sua luz a vacuidade interior, que o perfeito instaurou mediante o processo da endura, então se eleva a sabedoria. Esta é a assinatura do “renascimento”, pedra angular da epopéia crística. Esse renascimento de uma alma vivente, por sua função mediadora, restaura a harmonia entre o microcosmo e o macrocosmo. Esse renascimento de uma alma pura inspirada pelo Espírito era o primeiro passo no longo “caminho das estrelas”. Mas contrariamente a uma imagem difundida, esse “caminho das estrelas” não confinava o perfeito separado do mundo. Ao contrário, esse caminho das estrelas é o do encontro com todas as centelhas de luz, todas as sementes irradiantes como tantas estrelas cintilantes no firmamento dos céus cósmicos.

O caminho dos cátaros uma Gnosis hermética
Sarcófago com a imagem de um defunto em Mokro a oeste de Herzégovina

Para o perfeito cátaro, esse “caminho das estrelas” era, portanto, um sacerdócio a serviço dos “outros” e começava quando da descida da montanha sagrada; somente assim a Porta Mística que marcava o limite dos santuários iniciáticos era franqueada. Esse retorno ao mundo, o elevado encontro com a supranatureza, foi maravilhosamente descrito pelo grande místico Suhrawardi, cujos esplêndidos versos Henry Corbin, especialista em gnosis iraniana, traduziu na obra intitulada L’Archange empourpré7.

Em O conto do exílio oriental, Suhrawardi mostra claramente seus objetivos: convidar “certos nobres amigos” a partilhar “a experiência suprema que é a Grande Mudança, o choque do reencontro com a Natureza Perfeita, cuja força transfigura a consciência”. O conto descreve a ascenção ao cume da alta montanha, onde fica uma grande pedra: a Palavra, “o oratório de seu Pai”. No curso de sua elevação, o peregrino é tomado por uma sublime visão: “E eis que percebi nosso pai como um Grande Sábio, tão grande que os céus e a terra estavam prestes a se romper sob a epifania de sua luz. Fiquei atordoado, estupefato”. Vemos, portanto, uma extraordinária descrição do reencontro com o Duplo Celeste, a natureza perfeita. Mas esse sublime reencontro marca também o início de uma nova missão.

O conto do exílio oriental prossegue: “Adiantei-me até ele, e eis que ele me saudou primeiro. Inclinei-me diante dele até o chão, e estava como mergulhado na luz que ele irradiava. Chorei por um momento, depois lhe fiz minha queixa sobre a prisão de Qayrawân” – que significa o domínio dos passantes. “Ele me disse: ‘Coragem! Agora estás salvo. No entanto, é absolutamente necessário que retornes à prisão ocidental, pois ainda não te libertastes completamente dos entraves’. Assim que ouvi essas palavras, minha razão se foi. Gemi, chorei como alguém que está prestes a perecer e supliquei. Ele me disse: ‘Que retornes é imprescindível no momento. No entanto, vou te dar duas boas novas. A primeira é que, uma vez que tiveres voltado à prisão, te será possível voltar novamente até nós e subir facilmente até nosso paraíso quando quiseres. A segunda é que acabarás por ser totalmente liberto; tu virás te juntar a nós, abandonando completamente e para sempre o país ocidental’.

Da porta mística franqueada, o perfeito era, portanto, confrontado com uma nova exigência que elevava sua perfeição a um degrau superior. Porque descer novamente a montanha, distanciar-se desses santuários protetores onde a pura alma havia crescido, protegida nessa matriz nutridora e benevolente, exigia um abandono. Nesse supremo abandono, o Pefeito se libertava de todas as aquisições, de todos os saberes, de todas as certezas, especialmente de haver alcançado o mais elevado estado de perfeição.

Vazio a partir de então, integralmente vazio, ele se tornava infinitamente pleno dessa luz que o guiara ao longo de toda a sua iniciação e guiara seus passos ao longo de seu sacerdócio no mundo. Pois como ir ao encontro dos outros sem essa vacuidade luminosa que somente pode aceitar em imensa compaixão todas as imperfeiçoes, todos os sofrimentos, todas as feridas, e essa compaixão irradiante agir como um bálsamo que curava todos os ferimentos e traumas e, ao mesmo tempo, inflamava a nostalgia do retorno à origem?

Essa vacuidade e essa disponibilidade interior obtida mediante o rigoroso processo da endura davam ao perfeito a faculdade de acolher cada ser completamente. Esse acolhimento é uma ligação de natureza muito particular, pois seus laços pertencem ao domínio da alma. Porém, tal acolhimento é indispensável para que ocorra a ligação de amor que vai constituir o bálsamo curador, a consolação que tranquiliza, nutre e orienta o olhar da alma para o céu e, assim, o eleva ao mais alto.

Desse modo, a iniciação cátara, de um lado libertava o candidato dos laços deste mundo e de outro o religava de modo íntimo ao mundo divino. Esses novos laços eram os do amor. E cada passo nesse caminho, guiado pelo amor, era inspirado pela prece “Senhor, que queres que eu faça?”. O perfeito também se lembrava desta passagem do Evangelho de João, 10: “… o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para dá-la, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai”.

Subida e descida, prece e trabalho, Ora et Labora,
tais são os movimentos da Alma de Luz no caminho das estrelas

De coração alegre, pleno desse amor que une tudo em seu fluxo inesgotável, ele ia ao encontro dessa Comunidade Universal da Rosa para testemunhar desse amor mediante seu comportamento. Por dedicar sua vida ao serviço dos “outros”, o perfeito irradiava essa Luz interior, essa pura Luz que inflama o que é da mesma natureza que ela e que cada um carrega oculta no mais profundo de seu coração.

A descida da montanha é uma caminhada hermética; ela tem por objetivo buscar o que pode ser elevado para a Luz, religá-lo a essa poderosa e pura irradiação para transfigurá-lo. Esse movimento de descida é uma ligação íntima com o mundo, pois o amor do mundo é mais forte que tudo. Nesse sentido, ela é a realização do puro cristianismo, como lembra o chamado do Evangelho: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”8. Subida e descida, prece e trabalho, Ora et Labora, tais são os movimentos da Alma de Luz no caminho das estrelas.

O perfeito exprimia mediante seu comportamento, esses movimentos da Alma vivente; esta lhe dava a capacidade de dar particular atenção a todas as formas de vida, reunindo-as todas em uma visão unificada do Todo, conforme o axioma grego En to pan, que significa “Um o todo”. Essa atitude paradoxal é uma particularidade da gnosis hermética. Nesse sentido, podemos dizer que o catarismo, pelo comportamento que inspirava aos bonshommes e às bonnes femmes, era uma autêntica gnosis hermética. Assim, podemos considerar que o catarismo, longe de ser uma gnosis dualista, era uma gnosis hermética.

Os testemunhos nos registros da Inquisição demonstram como os bonshommes e as bonnes femmes trabalhavam em sua sociedade, com cada um, humildemente e com perseverança. Que esperavam eles de suas ações no coração do mundo? É a essa questão que o hermetismo traz uma reposta inequívoca: “Oh! De que mistura privilegiada é feita a natureza do homem! Ele está unido aos deuses pelo que tem de divino e que o aparenta aos deuses; a parte de seu ser que o faz terrestre, ele a despreza em si mesmo; todos os outros viventes aos quais ele se sabe ligado em virtude do plano celeste, a eles se liga pelo nó do amor; ele eleva seu olhar para o céu. Tal é, portanto, sua posição nesse papel privilegiado de intermediário, que ele ama os seres que lhe são inferiores, que ele é amado pelos que o dominam”9.

Portanto, é nesse triplo movimento: para o exterior ao se ligar aos “outros viventes”, para o interior ligando-os pelo “nó do amor” e para o alto ao elevar “seu olhar para o céu” que o trabalho a serviço dos “outros” era realizado10. Esse triplo movimento é a assinatura das “Almas de Deus” de todas as épocas. Esse triplo movimento voltado às três direções altamente simbólicas caracteriza o trabalho da Tríplice Aliança da Luz. Mas em que consiste esse trabalho?

Retomemos o processo de iniciação do candidato ao mais elevado sacerdócio da Igreja cátara.

No último estágio de iniciação, o Perfeito recebia, como num sonho, o convite para seguir seu caminho interior para as estrelas, as que estão no céu espiritual, longe do mundo e de sua turbulência, para juntar-se à falange dos guardiães da Luz, a Fraternidade dos guardiães do Graal. Sua missão é manter sempre ativa a haste vertical da cruz que liga nosso mundo à Terra da Luz.

Os guardiães do Graal, por sua orientação e aspiração permanente, constituem a Taça Sagrada na qual são vertidas as puras forças do espírito. Essa taça deve estar sempre repleta, pois são seus transbordamentos que constituem as santas nutrições ofertadas em resposta à nostalgia do Reino dos Céus. Os guardiães do Graal constituem o primeiro pilar da Tríplice Aliança da Luz. Quando a alma busca a ligação com essa fraternidade, ela se eleva para “o Alto”.

Mas, no mesmo sonho, o Perfeito respondia com infinita compaixão: “E os outros?”, todos os outros viventes aos quais ele se sabe ligado em virtude do plano celeste, como lembra mais acima o extrato do Corpus Hermeticum. “Os outros”, todos os que se sentem estrangeiros no mundo, porque o chamado da centelha de luz, do embrião da pura alma celeste oculta no fundo de seu coração, não os deixa um só instante em paz. É essa centelha de luz que um dos escritos gnósticos da biblioteca de Nag Hammad chama “gota de luz”. Essa gota de luz que a sabedoria transmitiu aos homens como uma promessa de imortalidade.11 

O caminho dos cátaros uma Gnosis hermética 2
Os bogomilos e os cátaros frequentemente eram tecelões. Vitral de Notre Dame de Paris

“E os outros?” Essa Comunidade Universal da Rosa que aguarda um sinal, um encontro, uma luz nas trevas? Em resposta a esse chamado interior, o Perfeito descia dessa montanha sagrada onde durante quatro anos de sua iniciação, o encontro cotidiano com a Luz das Luzes o havia transformado profundamente. Essa transformação era um renascimento, o da pura alma inspirada pelo Espírito. E era essa nova alma, vivente, luminosa, plena de amor, infinitamente livre, que guiava o Perfeito no reencontro com os “outros”.

A partir de então, ele trabalhava com seus irmãos e irmãs no espírito, na falange dos que atavam, a cada instante, a cada encontro, a rosa à cruz, e por esse gesto sagrado, colocavam-se a serviço da Luz das Luzes. Essa missão, no coração do mundo, para proclamar a convocação ao retorno, é uma missão intemporal, que carrega o selo simbólico da cruz com rosas. Essa missão corresponde a um caminho para o exterior a fim de se ligar “aos outros viventes”.

O Perfeito tinha um terceiro caminho que lhe era ofertado: o de guardião e guia da iniciação a serviço dos candidatos que se engajavam no exigente caminho da transfiguração. Ele entrava, então, no mais alto sacerdócio a serviço da fraternidade dos cátaros. Esse sacerdócio repousava em três aspectos maiores: o de preservar a elevada pureza do campo de força espiritual da Igreja cátara, o de preservar a pureza do ensinamento crístico original do qual o evangelho de João era um testemunho escrito e o de preservar a pureza dos sacramentos tais como eram praticados pelos primeiros cristãos gnósticos, em particular o consolamentum.

Esse é o caminho do movimento para o interior, para a fonte da Gnosis, a fonte de onde emanam todos os escritos sagrados e os atos mais puros. Esses três caminhos que se abriam ao Perfeito no final de sua última iniciação nos santuários protegidos da Igreja cátara, respondiam a uma exigência fundamental: manter sempre aberto o caminho de retorno à origem. Essa tripla exigência foi, portanto, em todos os tempos, colocada sob a responsabilidade da Tríplice Aliança da Luz: Graal, Cátaros e Cruz com Rosas. As missões dessa Tríplice Aliança, que formam um todo indissociável, são intemporais e servem a humanidade em seu longo caminho das estrelas. Sob as asas dessa Tríplice Aliança a Comunidade dos Perfeitos se colocou para exercer, em toda sua amplitude, seu sacerdócio, o que descrevem tão justamente estas palavras de Hermes em Asclépio: “admirar e adorar as coisas celestes, cuidar das coisas terrestres e governá-las”12. ◊

Fontes:
1 Gadal, Antonin: No caminho do Santo Graal. Rosacruz, 2004.
2 Ritman, Rachel: Iniciação gnóstico-cristã com os cátaros. Roezkruis Pers, 2011.
3 Bozoki, Edina: Le Livre Secret des Cathares, Beauchesne, 2009
4 Festugière, A.J., Hermès Trismégiste, II, Traités XIII-XVIII, Asclépius, Les Belles Lettres, 1960.
5 Lucas, 10 27
6 Festugière, A.J., id., II, XIII
7 Henry Corbin, L’Archange Empourpré, Fayard, 1976
8 Lucas 10, 27
9 Festugière, A.J., id. II, Asclépius, 6
10 Veremos mais adiante neste texto que esse triplo movimento, que descreve o mais alto sacerdócio, é uma projeção de linhas de força espirituais que caracterizam a Tríplice Aliança da Luz.
11 Escritos Gnósticos, Bibliothèque de la Pléïade, Gallimard, 2007, La Sagesse de Jésus-Christ, NH III, 4, p. 643: “Libertei essa criação, rompi a obra do túmulo dos salteadores, reconduzi essa gota mediante a sabedoria, para que ela dê frutos abundantes…”
12 Festugière, A.J., id., II, Asclépius, 8

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Pentagrama no 4 / 2017

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